Todos os anos, acidentes de trânsito causam prejuízos na casa dos bilhões no mundo todo. Estima-se que a cada minuto acontece uma batida de carro no Brasil, seja no Distrito Federal, Rio de Janeiro ou nas redondezas de Minas Gerais – desde que você começou a ler esse texto, por exemplo, já foi uma.
Os principais motivos já estamos cansados de saber: álcool, desatenção, estresse, sono e até mesmo uma escolha ruim no calçado para dirigir. Essas são as coisas que evitamos ter ou fazer ao saber que vamos dirigir para evitar um acidente de trânsito. Mas existem outros fatores que não esperamos e que podem causar acidentes. Algum deles vem desde a concessionária, como por exemplo…
Batida de carro #1 – A cor do veículo (principalmente se for preto)
O inventor do carro, Henry Ford, disse certa vez que os proprietários do Ford T, antigo modelo da indústria que leva seu nome, poderiam ter seu carro pintado de qualquer cor, desde que fosse preto. Se a indústria em geral tivesse mantido esse ponto de vista, a quantidade de acidentes poderia ser ainda maior.
É o que concluem dados da Monash University, na Austrália: carros de cor preta correm um risco 12% maior de sofrer acidentes do que carros brancos, coloração que corre o menor risco. Na sequência da tabela, carros de cor cinza tem probabilidade 11% maior, carros prata tem 10%, e carros azuis e vermelhos correm 7% mais risco cada.
O estudo analisou estatísticas de batidas no país entre 1987 e 2004 e concluiu que carros que oferecem menos contraste com o ambiente na pista tem maior probabilidade de serem atingidos por outros em acidentes. Por conta disso, veículos amarelos, beges ou creme, além do já citado branco, correm menor risco por se destacar mais na pista.
Há estudos que indicam também quais são as cores de carros mais roubados, concluindo que veículos de cores mais chamativas – como amarelo ou laranja – são menos roubados do que carros pretos ou brancos, por exemplo.
Mas não se preocupe: apesar de todos esses dados, a cor do carro não é um dos critérios levados em conta no cálculo do seguro auto no Brasil, pelo menos ainda não.
Batida de carro #2 – A música tocando no rádio
Acontece com todo mundo: num momento você está ouvindo música enquanto dirige, num outro sua companhia de viagem decide desligar o rádio. Um aborrecimento, mas o outro lado dessa história é que essa pessoa pode ter salvo sua vida.
Segundo um estudo da Ben-Gurion University, em Israel, dirigir enquanto ouve música diminui sua atenção e pode até resultar em acidentes. Foram monitorados 28 estudantes, todos com pelo menos sete anos de direção, enquanto alguns dirigiam num simulador ouvindo diferentes tipos de música e outros dirigiam no mesmo simulador sem ouvir nenhuma música.
Os pesquisadores descobriram que os estudantes que ouviam músicas mais agitadas tinham seu ritmo cardíaco acelerado para em torno de 120 batidas por minuto e ficavam mais propensos a furar sinais vermelhos do que os que não ouviam música. Além disso, os que não ouviam música sofriam uma variação maior de batimentos cardíacos, demonstrando maior foco na direção.
Batida de carro #3 – Esperar uma ligação no celular
Desde a invenção do smartphone, a vida de instrutor de direção não tem sido fácil: com cinco minutos de aula já é preciso confiscar o celular do aluno e lembrar que carro e celular significam um NÃO maiúsculo. Mas, segundo descobriram pesquisadores americanos, a medida já não é suficiente: só o ato de pensar no celular já é o bastante para causar um acidente.
A pesquisa, realizada na University of Washington, classificou 384 estudantes universitários numa escala de uso excessivo dos aparelhos, além de submetê-los a um questionário sobre acidentes de carro no passado e perfil psicológico. O estudo dividiu esse uso excessivo em quatro aspectos: ansiedade por ligações ou mensagens, interferência nas atividades cotidianas, dependência emocional do telefone e percepção do comportamento problemático.
Os resultados foram categóricos: em cada estudante testado, um ponto a mais na escala de uso excessivo representava um por cento a mais na sua média de acidentes passados. Além disso, a pesquisa identificou a ansiedade por receber chamadas ou mensagem como a característica de uso excessivo mais associada com batidas anteriores.
Batida de carro #4 – GPS
Há 15 anos a vida era diferente: para achar uma rua no meio daquele bairro desconhecido, era preciso usar um guia de ruas. Era um livrinho pesado, nada prático e que demandava muito tempo para ser usado. Graças ao avanço da tecnologia, hoje temos o aparelho de GPS.
Mas essa comodidade veio com uma contrapartida: dependendo do tipo de letra usada no aparelho, o tempo usado para ler as informações pode ser maior e influenciar no tempo de reação ao volante. Foi o que descobriu um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia do Massachusets, que analisou 86 homens e mulheres entre a faixa etária dos 36 aos 72 anos.
Os participantes foram divididos em dois grupos: uma parte foi exposta a aparelhos com letras mais detalhadas, enquanto o outro foi exposto a aparelhos com uma fonte mais clara. Os cientistas apuraram que os homens do primeiro grupo levavam 12% a mais de tempo para ler as mensagens do que aqueles do outro grupo – o que pode representar, na estrada, em torno de 15 metros. No entanto, não houve diferença significativa de tempo de leitura entre as mulheres.
E você? Conhece algum acidente que tenha acontecido por um motivo inusitado (como esse homem que enfiou um Jeep numa canoa por causa de um pau de selfie)? Alguma vez presenciou ou foi vítima de alguma batida em que um motorista não tenha visto o outro carro? Um amigo que estava tão entretido com a música no rádio que quase bateu o veículo? Conte sua história! E aproveite e faça uma simulação de seguro auto com a Bidu Corretora e não deixe seu carro desprotegido!